A Jornada Mundial “Na Cidade Sem Meu Carro” (22 de setembro) é um momento de reflexão sobre a realidade devastadora da prioridade das políticas públicas no trânsito e nas vias para os automóveis e motocicletas, bem como das graves conseqüências para o meio ambiente e ao Direito à Cidade.
O movimento acontece todos os anos, e em 2013 mobiliza até o momento mais de duas mil cidades no mundo, restringindo o uso do automóvel e motocicletas nas vias. No Brasil esta é a décima terceira edição e tem prevista a participação de mais de 25 cidades.
A Jornada surge da preocupação relacionada com o transporte individual motorizado e suas conseqüências sobre o meio ambiente e a qualidade de vida nas nossas cidades. Surgiu na França em 1997, e no ano passado já se fez presente em 40 países. A primeira Jornada Brasileira aconteceu em 2001 por iniciativa do Instituto de Mobilidade Sustentável - RUAVIVA, sediado em Belo Horizonte e é o responsável da jornada do Brasil perante a organização internacional.
Em 2013, se agregam à organização da Jornada o Movimento Nacional pelo Direito ao Transporte de Qualidade para Todos (MDT) e o Instituto de Políticas de Transporte e Desenvolvimento (ITDP). Recebe o apoio institucional da Frente Nacional de Prefeitos (FNP), Fórum de Secretários de Transporte e Trânsito e da Secretaria de Mobilidade e Transporte do Ministério das Cidades.
A Jornada “Na Cidade Sem Meu Carro” é uma atividade institucional que acontece todo 22 de setembro e é de responsabilidade das Prefeituras que aderem ao movimento, mas poderá também acontecer por iniciativa da sociedade civil, que desenvolvem atividades onde não há apoio governamental. É a hora propícia para as Prefeituras lançarem corredores exclusivos sem estacionamentos de carros e monitorados contra invasão dos automóveis; promoverem bicicletadas ou caminhadas e estabelecerem temporariamente espaços gramados em locais normalmente destinados aos automóveis, como estacionamentos e cruzamentos importantes, surpreendendo e divertindo as pessoas, além de favorecer o entendimento da mensagem “Na Cidade, Sem Meu Carro”. Sugerimos estas e tantas outras formas para a população perceber a mudança que poderia acontecer com os carros domesticados.
A Jornada pretende ser uma reflexão sobre o uso insustentável do automóvel pelos seus custos sociais, sobre o consumo elevado de combustível não renovável e poluente, sobre os congestionamentos das vias urbanas e sobre os acidentes com vitimas fatais. A questão ambiental, o efeito estufa e as chuvas ácidas estão no centro do debate europeu sobre o uso do automóvel. Para nós, o centro do debate está no uso da via pública pelo transporte público e não motorizado para conquistar qualidade, e acessibilidade para pessoas com deficiência e mobilidade reduzida.
A sociedade brasileira percebeu que não há mais como abrigar nas ruas tantos carros. Com a vigência a Lei da Mobilidade Urbana (Lei 12.587/2012), cria-se UM NOVO PARADIGMA: a prioridade no uso e nos investimentos públicos feito nas ruas é agora para pedestres, bicicletas e transporte público. Esse é o centro da luta da 13ª Jornada Brasileira.
Para acontecer a Jornada, o Instituto RUAVIVA envia cartas convite e de adesão às cidades, indicando formas de organização. Além disso, desenvolve contatos com secretários municipais de transporte, prefeitos, diretores de educação para o trânsito e entidades afins, chamando-os a se engajarem na Jornada.
A Jornada “Na Cidade, Sem Meu Carro” quando garante uma área sem automóveis, torna-se um dia de reflexão sobre as conseqüências do uso indisciplinado dos automóveis e da apropriação antidemocrática das vias, restringindo a fluidez dos ônibus, bicicletas e pedestres. Para o arquiteto e urbanista Nazareno Affonso, presidente do RUAVIVA, esse dia “ajuda a demonstrar que as pessoas podem viver um espaço urbano com melhor qualidade ambiental, com paz no trânsito, e propiciando mais cidadania e maior integração social, contribuindo para a construção de uma consciência em favor da mobilidade sustentável, usando, para tanto, a criatividade. Portanto, é o momento para as entidades da sociedade civil organizada, grupos de moradores e a mídia se mobilizarem para levar e difundir suas propostas”.
As inscrições dos municípios são feitas mediante o envio de carta de adesão para ao Instituto da Mobilidade Sustentável- RUAVIVA, pelo fone/fax: (31) 3224-0906, e-mail: ruaviva@ruaviva.org.br ou pelo endereço Rua Bueno Brandão, 307 - Belo Horizonte (MG) CEP: 31.010-060. 111. Informações adicionais e solicitação de entrevista podem ser obtidas mediante o fone/fax acima ou pelo e-mail da Assessoria de Comunicação Social: ruaviva@ruaviva.org.br