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Brasil

Milhares de pessoas vão às ruas para reivindicar moradia digna e mobilidade urbana


A Marcha Nacional pela Reforma Urbana reuniu mais de 10 mil pessoas, na última quinta-feira (28), em várias partes do país. O ato em busca de uma cidade mais justa para todos, com moradia digna e mobilidade urbana, ocorreu no Distrito Federal e em 12 Estados (Amapá, Amazonas, Pará, Pernambuco, Bahia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Piauí, São Paulo, Paraná, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul).

 Em todos os locais em que o ato ocorreu, os manifestantes alertaram à população o quanto é importante lutar pelo cumprimento da função social da cidade, como no que diz respeito à destinação dos imóveis públicos vazios para habitação de interesse social, a mudança dos procedimentos de reintegração de posse - que será possível com a provação das emendas no projeto de Reforma do Código de Processo Civil (PL 8.064/2010) -, e a imediata suspensão dos despejos das famílias para Copa de 2014, Olimpíadas de 2016.

Em Recife (PE), mais de 400 pessoas fecharam o trânsito em frente à sede da Polícia Rodoviária Federal, no bairro do Pina. Em Belém (PA) manifestantes caminharam na Rodovia Augusto Montenegro rumo ao Palácio dos Despachos para a entrega da plataforma de reivindicações ao Governador Simão Jatene. Com a pressão popular, muitos governantes saíram de seus gabinetes para atender aos manifestantes - foi o caso Piauí e São Paulo. Em Teresina (PI), o prefeito Firmino Filho (PSDB) conversou com um grupo de ativistas que levaram suas reivindicações ao gestor público.

Já na capital paulista, após uma longa caminhada rumo ao Palácio dos Bandeirantes, na zona sul da cidade, um grupo de manifestantes conseguiu uma audiência com o governador do Estado, Geraldo Alckmin (PSDB).

Para Stacy Torres, secretária-executiva do FNRU (Fórum Nacional pela Reforma Urbana), o ganho da marcha é permitir aos ativistas chamarem a atenção do poder público e, desta forma, exigir a criação de políticas públicas efetivas para toda a população.

"Não queremos apenas ser recebidos pelos gestores em seus gabinetes, mas, sim, mudar a agenda política. A vida nas cidades chegou a um limite. O caos urbano afeta até as pessoas que são privilegiadas na cidade, embora aqueles que têm a menor renda sejam, sempre, os mais prejudicados", enfatizou.

Ocupações

Em Porto Alegre (RS), na madrugada de quarta (27) para quinta-feira (28), manifestantes vinculados ao FERU/RS (Fórum Estadual de Reforma Urbana do RS) ocuparam, pela quarta vez, um imóvel construído pelo antigo BNH (Banco Nacional de Habitação) que pertencia à Caixa Econômica Federal. Segundo o movimento, o prédio foi ocupado pela primeira vez em 2005.

No Rio de Janeiro (RJ), os manifestantes ocuparam um prédio vazio do INSS na avenida Venezuela. O prédio fica localizado no endereço onde havia a antiga Ocupação Zumbi dos Palmares, despejada pela prefeitura há mais de dois anos. Os ativistas exigem que o imóvel seja transformado em habitação de interesse social.

 

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